Rui Costa corta salário dos professores
O governador da Bahia, Rui Costa, é criticado pelos docentes e até por deputados que já foram aliados, como Hilton Coelho (Psol). A retaliação do governador por causa da greve nas universidades baianas, que dura 22 dias, vai aumentar a tensão que já tem sido grande pelo que os professores consideram um desrespeito.
Nesta sexta-feira, o governador Rui Costa mandou cortar o ponto dos grevistas. Com isso, só receberá salários de abril quem comprovadamente trabalhou. A greve foi deflagrada reivindicando aumento de investimentos nas universidades estaduais e a recomposição salarial.
O Governo do Estado não dá aumento aos docentes há quatro anos e alega que, se atender a pauta, "o Estado quebra". Rui vem tentando contornar a greve prometendo liberar vagas para a promoção dos professores, mas está longe de agradar.
Investimento e respeito
Os professores querem mais investimento nas universidades, reposição salarial dos 4 anos sem reajuste e respeito. O governo não enviou ninguém com poder de decisão para uma reunião na quarta-feira (24). Nem o secretário de educação, Jerônimo Rodrigues, esteve presente.
A Adusc, em nota, já tinha alertado para "a falta de condições para o funcionamento das funções básicas da universidade. Faltam materiais para aula, projetos e convênios com prefeituras estão sendo prejudicados, sem contar as atividades sendo custeadas pelos próprios professores e estudantes".
As manobras e evasões de Rui Costa, acusado de "tentar enrolar" os docentes, gerou críticas até de deputados que foram alinhados com ele. Foi o caso do deputado estadual Hilton Coelho (Psol), membro da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).
Antidemocrático
“É um absurdo que um ex-sindicalista e ex-defensor dos direitos dos trabalhadores, agora que virou governador, atue desta forma antidemocrática. As crueldades do governo de Rui Costa não têm fim. Os cortes nos salários são de um autoritarismo que merece o repúdio da sociedade”.
O parlamentar classificou como um desrespeito à autonomia universitária e o direito de greve “determinar o corte de salários e tentar acabar com uma greve democrática e decidida pela maioria da categoria através da repressão".
"Será que ele esquece que o patronato do Pólo Petroquímico tentou o mesmo em 1985 e os trabalhadores não cederam? Está agora usando os mesmos métodos dos patrões autoritários?”, questiona Hilton Coelho.
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